sábado, 10 de dezembro de 2011

Aeroportos leiloados precisarão de mais 32,9 mil vagas para carros (Postado por Lucas Pinheiro)

As empresas que assumirem os aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília terão que investir na criação de 32.950 novas vagas de estacionamento de carros para atender ao aumento na movimentação de passageiros até o fim das concessões, em 2041, apontam estudos usados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para redigir o edital de leilão dos três aeroportos.

Segundo o estudo, feito pela Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP), os três aeroportos dispõem hoje, juntos, de 5.638 vagas de estacionamento. Isso significa que as concessionárias terão que aumentar em quase seis vezes o espaço para veículos. A Infraero, entretanto, informa que o número atual de vagas é maior: 7.298.

Em Guarulhos, onde hoje, de acordo com a Infraero, existem 3.780 vagas, devem ser oferecidas ainda este mês mais 1.468 vagas para atender ao aumento da demanda de fim de ano. Outras 8 mil estão previstas com a construção do edifício garagem que irá atender o terceiro terminal do aeroporto.

A falta de vagas de estacionamento é hoje um dos gargalos de infraestrutura nos aeroportos e motivo de reclamações dos usuários, principalmente no aeroporto de Guarulhos, o mais movimentado do país. Lá, de acordo com o estudo feito pela EBP, serão necessárias 11.800 novas vagas nos próximos anos.

No aeroporto de Viracopos, em Campinas, que hoje tem 2.010 vagas, o crescimento da demanda por voos exigirá espaço para estacionar mais 14.600 carros. Em Brasília, será necessário elevar das atuais 1.508 para 6.550 vagas.

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou no último dia 7 os estudos técnicos, econômicos e financeiros que vão nortear o edital de licitação dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília. A decisão libera o governo para publicar o edital, o que deve ser feito nos próximos dias. O leilão deve ocorrer no final de janeiro de 2012.

Obrigação
Questionada se as concessionárias serão obrigadas, por contrato, a atender ao aumento da demanda por estacionamento, a Anac informou que “a minuta de contrato de concessão traz a área de estacionamento de veículos como elemento obrigatório de infraestrutura a ser disponibilizado pelo concessionário.”

O trecho da minuta que trata do investimento em estacionamento diz que a concessionária deverá criar, no aeroporto de Guarulhos, antes da Copa de 2014, vagas suficientes para “acomodar o déficit existente”, além de um “acréscimo correspondente a 1.800 passageiros internacionais em hora pico durante o desembarque e 2.200 passageiros internacionais em hora pico durante o embarque.”

Em Brasília, a obrigatoriedade prevista é zerar o déficit atual e criar vagas equivalentes “a 1.000 passageiros domésticos em hora pico durante o embarque e 1.200 passageiros domésticos em hora pico durante o desembarque.”

Já a empresa que assumir a gestão em Campinas deve, além de equacionar o déficit atual, acrescentar um número de vagas correspondente “a 1.550 passageiros domésticos em hora pico durante o desembarque e 1.550 passageiros domésticos em desembarque.”

Ainda de acordo com a Anac, o documento deve exigir que a concessionária atualize a cada cinco anos seu Plano de Gestão da Infraestrutura, que tem o objetivo de apontar as ações necessárias para atender às regras contratuais que se referem à qualidade de serviço.

A agência informou, porém, que pode haver mudanças nas exigências contratuais após a análise das contribuições feitas durante a consulta pública do edital e das recomendações do TCU.

Espaço
O estudo aponta que, para ampliar o espaço de estacionamento, serão necessários 525 mil m2 de área em Viracopos, 380 mil m2 em Guarulhos e 212,9 mil em Brasília. O G1 questionou à Anac se os aeroportos dispõem desses espaços. Em resposta, a agência informou que as concessionárias poderão adotar soluções, como a construção de prédios, que reduziriam a necessidade de áreas livres para estacionamento.

“Em atendimento à demanda atual e futura, não necessariamente deve ser considerada projeção com um único nível de estacionamento, mas sim um número total de vagas de estacionamento para veículos a serem disponibilizadas, podendo estar dispostas em múltiplos níveis (edifícios-garagem), o que significa em redução da área de projeção a ser utilizada para esse fim”, diz nota da Anac.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Greve de funcionários faz PF adotar plano emergencial em Cumbica (Postado por Lucas Pinheiro)

A Polícia Federal informou nesta quinta-feira (8) que ativou o plano de contingência por causa da greve dos funcionários de uma empresa terceirizada que trabalham no setor de migração no Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. Com isso, servidores de outras unidades da PF substituem os grevistas, para garantir a normalidade no atendimento do controle migratório.

A paralisação começou nesta quinta-feira. Em nota, a PF informou que “o reforço de policiais federais será mantido por tempo indeterminado, até que seja solucionado o problema”. A PF diz que a responsabilidade do pagamento dos salários dos funcionários é da empresa contratada e que cumpre "suas obrigações contratuais".

A interrupção do serviço implica, segundo a PF, “em descumprimento de cláusula contratual”, o que pode acarretar na aplicação de multas, rescisão de contrato e até no impedimento de fechar contratos com o governo federal. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) disse, durante a tarde desta quinta, que estava apurando a greve no aeroporto.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

TCU eleva em até 907% valor mínimo para concessão de aeroportos (Postado por Lucas Pinheiro)


O relatório do ministro Aroldo Cedraz, aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nesta quarta-feira (7), determina que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aumente no edital o valor mínimo das outorgas dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos (em Campinas, no interior de São Paulo) e Brasília, que serão concedidos à iniciativa privada.

A maior diferença ocorre em relação ao aeroporto de Brasília. De acordo com o relatório, a outorga deve ser de R$ 761 milhões, valor 907% maior que o proposto inicialmente pelo governo nos estudos técnicos, que era de R$ 75,5 milhões.
Para Guarulhos, o TCU determina que o valor mínimo da outorga suba de R$ 2,292 bilhões para R$ 3,811 bilhões, aumento de 66,3%. Para Campinas, o lance mínimo deve ir de R$ 521 milhões para R$ 1,739 bilhão, salto de 234%. Ganham os leilões quem oferecer a maior outorga.

Investimentos superestimados

A mudança nas outorgas foi proposta porque técnicos do TCU avaliaram que o valor dos investimentos que serão feitos nos três aeroportos foram superestimados nos estudos técnicos.

Portanto, como imaginava-se que a necessidade de investimentos seria muito maior, foi definido um valor de outorga mais baixo que o determinado nesta quarta-feira para deixar o negócio atrativo para a iniciativa privada.
Segundo o relatório, a soma dos investimentos superestimados, em valores presentes, é de R$ 3,296 bilhões, sendo R$ 1,408 apenas no aeroporto de Guarulhos.

Nesta quarta-feira (7), o secretário-executivo da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Cleverson Aroeira da Silva, disse que o edital do leilão dos três aeroportos será publicado na próxima semana. Se isso realmente acontecer, o leilão dos três aeroportos pode ocorrer a partir do final de janeiro de 2012. A previsão inicial da SAC era de que o leilão ocorreria no próximo dia 22 de dezembro.

“Vamos publicar [o edital] já na semana que vem. Não queremos perder tempo”, disse Silva, que acompanhou a sessão do Tribunal de Contas da União (TCU). Mais cedo, o TCU aprovou os estudos técnicos, econômicos e financeiros que vão nortear o edital de licitação dos três aeroportos.
Esta aprovação era necessária para que a Secretaria de Aviação Civil pudesse publicar o edital. Com isso, o leilão dos aeroportos vai ser realizado apenas em 2012, já que o governo terá que cumprir prazo mínimo de 45 dias para o certame após a publicação do edital.

Concessões
Os três aeroportos serão leiloados pelo governo para agilizar obras de ampliação e melhoria visando a Copa de 2014 e também para atender ao crescimento da demanda interna por voos.

As concessões serão feitas por meio de Sociedades de Propósito Específico (SPEs), a serem constituídas por investidores privados, com participação de até 49% da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). A SPE, que será uma empresa privada, ficará responsável por novos investimentos e pela gestão desses aeroportos.