segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Governador Sérgio Cabral quer privatizar Aeroporto Dantom Jobim, um dos dez que dá lucro

O governador itinerante Sergio Cabral continua insistindo em "vender" o aeroporto Tom Jobim, o Galeão. Ninguém sabe ainda qual é a "carga" dessa decolagem. Mas o presidente da Infraero, Sergio Gaudenzi, em almoço com jornalistas, segunda-feira, no Santos Dumont, abriu o jogo:

- O Brasil tem mais de 60 aeroportos. Só 10 dão lucro: Congonhas, Santos Dumont, Guarulhos, Campinas, Confins, Manaus, Salvador, Recife, Fortaleza, Porto Alegre. Os demais são deficitários. Mas o País precisa de aeroportos de norte a sul, por necessidade de comunicação e de segurança nacional. Quem vai querer os deficitários? Quem vai ficar com Tefé?

Já avisei ao ministro Jobim. Sou a favor de abrir o capital da Infraero até 49%, como a Petrobras. Mas, se quiserem privatizar, vender, chamem outro.
Sebastião Nery

O trecho acima foi destacado do artigo do Sebastião Nery, publicado em um dos nossos Blogs, em

13 de novembro de 2008

A matéria referida é do seguinte teor:

O revólver do almirante (Sebastião Nery - Tribuna da Imprensa)

Alto, desengonçado, mal ajeitado, um dos melhores repórteres da história da imprensa mineira, Felipe Henriot Drummond chegou à porta da suíte presidencial do Hotel Financial, em Belo Horizonte. Dois seguranças de preto e mal encarados pediram os documentos. Felipe mostrou a carteira do "Estado de Minas". Aprovada. Tocou a campainha.

A porta abriu e lá de dentro uma voz esganiçada gritou: "Entre"! Felipe entrou. Não viu ninguém. Atrás da porta, um homem baixinho, fardado, apontava um revólver para as costas dele:
- Sente-se ali. Por que chegou antes, se a entrevista é às 12 horas?

Felipe não sabia se dava uma risada ou ia embora. Daí a pouco, fomos chegando nós, outros jornalistas, para a entrevista coletiva do almirante Penna Botto, presidente da Cruzada Brasileira Anticomunista, que foi a Minas fazer campanha contra a posse de Juscelino e João Goulart na presidência da República, eleitos dias antes, em 3 de outubro de 55.
Penna Boto

Logo no dia 5, Penna Boto tinha dado entrevista ao "Globo":

"É indispensável impedir que Juscelino e Goulart tomem posse dos cargos para que foram indevidamente eleitos".

A entrevista a nós foi uma palhaçada. O atarracado almirante queria nos convencer de que o Partido Comunista estava criando um "soviet" no Triângulo Mineiro, que iria instalar-se logo que JK tomasse posse.

Não houve "soviet", mas por pouco não houve a posse. Nas redações, passávamos madrugadas agarrados às rádios do Rio, que transmitiam a crise ininterruptamente. Até que o presidente Café Filho teve (ou fingiu) um infarto, passou o governo para o presidente da Câmara, Carlos Luz, víbora gorda do PSD mineiro, que, no dia 10 de novembro, demitiu do Ministério da Guerra o marechal Lott, vermelhão, olho azul, mais Caxias do que Caxias, e o substituiu pelo general udenista-golpista Fiúza de Castro, numa ação articulada para impedir a posse de Juscelino e Jango.
Juscelino

De madrugada, Lott e Denis, comandante do 1º Exército, fizeram o "11 de novembro" (terça fez 53 anos), "retorno aos quadros constitucionais vigentes": puseram os tanques na rua, a Câmara votou o impeachment de Carlos Luz e entregou o governo ao presidente do Senado, Nereu Ramos.

Em Minas, quando a noticia chegou ao amanhecer, corremos para o Palácio da Liberdade. Juscelino, presidente eleito, já estava lá, trancado com seu vice, o governador Clovis Salgado, e o comandante da região, general Jaime de Almeida. Os dois tentaram de todo jeito segurar Juscelino, mas ele resolveu ir de qualquer forma para o Rio. Abre-se a porta e ele sai:

- Bom-dia, vocês já aqui? Vou agora mesmo para o Rio.
- Mas, presidente, há notícias de que a Aeronáutica está ao lado de Carlos Luz, que foi para Santos com Lacerda no "Tamandaré", comandado pelo Penna Boto, e o brigadeiro Eduardo Gomes já chegou lá para tentar a resistência com a cobertura do governador Jânio Quadros. Como é que o senhor vai descer no Santos Dumont ou no Galeão? Derrubam o avião.
- Já discutimos tudo, eu, o governador e o general. Eles estão contra, mas a decisão é minha e já a tomei. Vou a qualquer risco.
Carlos Luz

Entrou em um carro e disparou para o aeroporto. Fomos atrás, repórteres e fotógrafos. Lá, uma cena dramática. Juscelino dava ordens, aos gritos, a João Milton Prates e outro piloto, queridos amigos seus, para levantarem vôo em um pequeno avião particular. Mas havia uma ordem definitiva da Aeronáutica: ninguém podia decolar.

Impedido, encostou os dois cotovelos no balcão do aeroporto, cobriu o rosto com as mãos trêmulas e chorou de sacudir. Era o choro da audácia impotente: "Meu Deus, isso não pode acontecer. Preciso assumir"!

Foi no dia seguinte. Em 31 de janeiro, o presidente era JK. Assumiu, mas só depois de Café Filho sumir, também empichado. O cruzador "Tamandaré", comandado pelo pequenininho Penna Boto, levou três tiros de festim do Forte de Copacabana e seguiu para São Paulo, onde Jânio não quis nada com eles e voltou de rabo (popa e proa) entre as pernas.

Lacerda foi direto para a embaixada de Cuba, asilado pelo ditador Fulgencio Batista. A tentativa de golpe não conseguira apagar os milhões de votos de Juscelino. Mais uma vez o golpe de 50, 54 e 55 fora adiado para 64. Terça, "O Globo" informava que "o Instituto Histórico e Geográfico homenageou (sic) o almirante Penna Boto pelos 53 anos do bombardeio (sic) sofrido pelo cruzador Tamandaré, em 55, ao tentar sair da Baía de Guanabara".
Galeonata

O governador itinerante Sergio Cabral continua insistindo em "vender" o aeroporto Tom Jobim, o Galeão. Ninguém sabe ainda qual é a "carga" dessa decolagem. Mas o presidente da Infraero, Sergio Gaudenzi, em almoço com jornalistas, segunda-feira, no Santos Dumont, abriu o jogo:

- O Brasil tem mais de 60 aeroportos. Só 10 dão lucro: Congonhas, Santos Dumont, Guarulhos, Campinas, Confins, Manaus, Salvador, Recife, Fortaleza, Porto Alegre. Os demais são deficitários. Mas o País precisa de aeroportos de norte a sul, por necessidade de comunicação e de segurança nacional. Quem vai querer os deficitários? Quem vai ficar com Tefé?

Já avisei ao ministro Jobim. Sou a favor de abrir o capital da Infraero até 49%, como a Petrobras. Mas, se quiserem privatizar, vender, chamem outro.
Sebastião Nery

terça-feira, 28 de abril de 2009

Plano de prevenção da gripe suína envolve dez aeroportos

Do UOL Notícias

Em Brasília e São Paulo*

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) divulgou nesta tarde nota à imprensa informando que "está pronta" para colocar em prática os Planos Específicos de Contingência à Influenza em dez aeroportos brasileiros, como forma de prevenir o país contra eventual ocorrência da gripe suína.


Até o momento, o México registrou 149 mortes causadas por gripe desde o surgimento da doença - não se sabe se todas elas foram provocadas H1N1, o vírus causador da gripe suína. Para além da fronteira mexicana, Estados Unidos, Canadá, Espanha e Reino Unido têm pelo menos um caso da doença confirmado. Após o anúncio dos novos casos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o nível de alerta pandêmico pela gripe suína do grau 3 ao 4, em uma escala que vai até 6.

Nos dez aeroportos brasileiros, o plano prevê que os postos de primeiros socorros estejam aptos a acompanhar os níveis de alerta pandêmicos no Brasil, atender no posto casos suspeitos, usar Equipamentos de Proteção Individual (EPI) no atendimento a casos suspeitos, avaliar sintomas suspeitos e transportar o passageiro sob suspeita para centros de referência.

Não há motivo para pânico, diz diretor da Anvisa

* Para Lula, gripe suína ainda não chegou ao Brasil
* Não houve demora na ação, diz Anvisa

Segundo a nota, os dez terminais estão localizados nas seguintes cidades: Brasília, Campinas, Fortaleza, Rio de Janeiro, Guarulhos, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife e Salvador.

Para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os brasileiros não devem temer a gripe aviária e não há motivo para pânico ou intranquilidade.

Segundo o diretor de Portos e Aeroportos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), José Agenor, o governo está adotando as medidas que permitirão acompanhar eventuais casos que cheguem ao país. Em Belo Horizonte, há três pessoas internadas no hospital da Universidade Federal de Minas Gerais com suspeita de gripe suína.

Cerca de 6.000 passageiros provenientes do México, EUA e Canadá - países em que há casos confirmados de gripe - chegam ao Brasil todos os dias. Dos EUA, são 19 voos diários para Cumbica (SP), dois para o Rio de Janeiro, dois para Manaus, um para Fortaleza e um para Salvador. Provenientes do México, há dois voos diários para São Paulo.

* Yuriko Nakao/Reuters

Sistema monitora a temperatura dos turistas que chegam a Tóquio (Japão), em imagem feita nesta sexta-feira. Aeroportos de vários países adotaram medidas de controle para evitar que passageiros contaminados com a gripe suína espalhem a doença

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Após o anúncio dos novos casos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o nível de alerta pandêmico pela gripe suína do grau 3 ao 4, em uma escala que vai até 6.

Para tentar conter a transmissão do vírus da gripe suína, a Anvisa diz que reforçou o monitoramento de casos suspeitos nos aeroportos desde sexta-feira à noite, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu comunicado sobre as confirmações da doença no México e nos EUA.

Segundo a agência, não há motivo para pânico, pois a agência está tomando providências para acompanhar passageiros vindos desses países que eventualmente tenham tido contato com o vírus.

A Infraero participa do Grupo Executivo Interministerial (GEI), criado desde 2006 por ocasião da ocorrência de uma possível pandemia (epidemia generalizada) de gripe aviária.

Até agora, apenas o Galeão (no Rio de Janeiro) e o aeroporto de Cumbica (em Guarulhos, São Paulo) já apresentavam trabalhos pontuais, como a emissão de sinais sonoros, informando a respeito dos sintomas da doença aos passageiros que embarcavam no país.

"A Infraero também já determinou a todos os 32 aeroportos internacionais sob sua administração que divulguem aviso sonoro com a mensagem da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), alertando aos passageiros que apresentarem sintomas da influenza a procurarem imediatamente um posto da agência nos aeroportos", explica a nota.

Emergencialmente, Guarulhos (SP), Galeão (RJ) e Brasília (DF) já colocaram o aviso, e a previsão é a de que, até o fim do dia, os outros aeroportos também divulguem o alerta.

* Com informações da Agência Estado, Reuters e Folha Online